Em O Lustre, de 1946, Virgínia mantém um relacionamento incestuoso com o
irmão, Daniel, com quem faz reuniões secretas em que experimentam
verdades, na condição de iniciados especiais. Os protagonistas Virgínia e
Daniel fazem experiência com o mal, ora como agentes (beneficiários),
ora como vítimas. Nas brincadeiras de infância entre os dois irmãos, o
menino exercita sua maldade com jogos perversos que denunciam o abuso do
poder de que se sabe possuidor. Virgínia é o instrumento de obtenção
daquele prazer que no romance anterior parecia poder levar ao êxtase a
jovem Joana: a fascinação pelo mal, o prazer advindo da percepção - e,
neste caso, do uso - da inerente maldade humana. Para o menino, o mal
metamorfoseia-se em perversidade, exige relação, necessita de um outro
para se completar: pratica o mal pelo mal, convertendo-se o meio em fim.
«Un angelo non c’è sempre. Se no, non è un angelo. La sua prerogativa è che qualche volta arriva e qualche volta ti abbandona. Ecco l’essenza, la traccia dell’angelo». «Un angelo non c’è sempre. Se no, non è un angelo. La sua prerogativa è che qualche volta arriva e qualche volta ti abbandona. Ecco l’essenza, la traccia dell’angelo». Un Natale degli anni Cinquanta. Tutta la famiglia è riunita intorno all’albero, che porta sulla cima un puntale con l’effige di un angelo che il piccolo Morfeo fissa incantato; ora il bambino si allontana, si rannicchia presso una finestra, quando una persiana si stacca piombandogli sul capo. Il
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